A Cogna Educação e o Movimento pela Equidade Racial (MOVER) anunciaram a abertura de inscrições para a oferta de 10 mil bolsas de estudo em cursos livres, online e gratuitos, direcionados exclusivamente a profissionais autodeclarados negros. Essa ação, que integrou a meta de criar 3 milhões de oportunidades até 2030, foi um passo estratégico para ampliar a empregabilidade e fortalecer a representatividade de pessoas negras no mercado de trabalho. A parceria previa um total de 30 mil bolsas distribuídas ao longo de três anos.

Os cursos, que foram ministrados pela Faculdade Anhanguera, tiveram carga horária média de 40 horas e emitiram certificado reconhecido. O catálogo de trilhas de aprendizagem contemplou áreas como Tecnologia e Inovação, Liderança e Gestão de Pessoas, Comunicação e Marketing Digital, Gestão Empresarial e Sustentabilidade e Inclusão.

Na ocasião, Fernando Soares, gerente de projetos do MOVER, reforçou que a iniciativa buscou ir além da capacitação técnica, focando na criação de uma oportunidade real para o desenvolvimento profissional. A vice-presidente da Cogna, Beatriz Sairafi, corroborou a visão, destacando a educação como a chave para a transformação social.

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada em 10 de fevereiro de 2025, a diretora-executiva do MOVER, Natália Paiva, reforçou que a pauta da diversidade não deve ser tratada como uma tendência passageira no mundo corporativo, mas como um avanço civilizatório necessário. A fala ocorre em um contexto global de retrocessos nas políticas de diversidade, especialmente nos Estados Unidos, o que reforça a importância de ações concretas e contínuas no cenário brasileiro.

Natália destacou o papel ativo do MOVER na transformação do mercado de trabalho, mencionando a promoção ou contratação de mais de 2 mil pessoas negras para cargos de liderança apenas em 2024, além de mais de 100 mil oportunidades de capacitação promovidas em parceria com empresas associadas. Segundo ela, o desafio da inclusão racial exige uma atuação estratégica, com metas claras, investimento consistente e responsabilidade compartilhada entre diferentes áreas das organizações.

Na conversa, também foram abordados temas como a nova regulamentação da B3 sobre diversidade nos conselhos, o risco de abandono da pauta por parte de lideranças empresariais menos comprometidas e a importância de pipelines estruturados para garantir o acesso real de profissionais negros a posições de liderança.

“O MOVER existe para fortalecer essa massa crítica e ampliar o fluxo de profissionais negros qualificados. Diversidade não é só uma vantagem competitiva — é uma questão de direitos humanos e justiça social”, afirmou Natália.

📖 Leia a matéria completa no O Globo e entenda por que diversidade é um compromisso de longo prazo, e não uma moda corporativa:

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