Em abril de 2025, a L’Oréal Luxo, em parceria com o Movimento pela Equidade Racial (Mover), lançou o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro. Embora sem validade jurídica, esse código propõe dez normas para combater o racismo nas lojas de luxo, respondendo a uma pesquisa alarmante que revelou que 91% dos consumidores negros das classes A e B já sofreram discriminação no varejo de luxo no Brasil.
A Pesquisa e a Realidade do Racismo no Varejo
A pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo” identificou diversas formas de discriminação enfrentadas pelos consumidores negros, como olhares julgadores, atendimento desdenhoso e demora no serviço. Esses episódios não apenas prejudicam a experiência de compra, mas também impactam diretamente os negócios, com muitos consumidores optando por não concluir a compra ou sequer retornar às lojas.
Propostas do Código de Defesa e Inclusão
O código apresenta ações práticas, como:
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Treinamento Antirracista: Capacitação para vendedores sobre como lidar com vieses raciais.
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Representatividade: Garantir diversidade entre os funcionários e nas campanhas publicitárias.
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Produtos Adequados: Oferecer produtos que atendam às necessidades específicas dos consumidores negros, como tonalidades de pele e tipos de cabelo.
A L’Oréal já está implementando essas normas, incluindo a expansão de sua linha de produtos para a pele negra, com destaque para os produtos da Lancôme.
Impacto e Urgência da Mudança
Apesar de não ter valor legal, o código é um movimento ético que visa inspirar outras empresas a adotar práticas semelhantes. O mercado de luxo, ao ignorar a experiência de compra dos consumidores negros, perde uma parte significativa de seu público. Como afirma Natália Paiva, diretora-geral da Mover, a mudança precisa começar agora, e o código é um passo fundamental para essa transformação.
O Futuro do Código e a Inclusão no Mercado
O Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro não apenas visa melhorar a experiência dos consumidores negros no mercado de luxo, mas também chama a atenção para a necessidade de mudanças estruturais e legislativas no varejo. A L’Oréal e o Mover esperam que o código inspire uma transformação mais ampla, garantindo mais equidade e inclusão em todos os setores.